quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Paquere mais assim não, irmão!

Já me desculpando pelo atraso nas postagens, volto à cena. Tentarei me aproximar da assiduidade de contos de casos cotidianos de outrora, na mesma medida em que tentarei encontrar tempo para tal.

Como passaram as capitalistas festas de fim de ano? Mas lógico, porra! Claro que são capitalistas. “Festas para celebrar o consumismo”, deveria ser o nome do Reveillon e Natal, conjuntamente. Veja o Natal. Uma data comemorativa para lembrar o nascimento de Jesus Cristo. Já que é isso, vamos todos à igreja celebrar tal data, certo? Errado, píulas. Erradíssimo, pô. Ninguém vai à igreja. Ou poucos vão. Natal é preparado nos shoppings, que lotam.

E é no shopping onde o jovem estava. No Midway Mall, mais precisamente. “Preparando-se para o Natal”, lá estava o garoto no shopping fazendo algumas comprinhas para presentear os entes queridos. Aliás, diga-se de passagem, tais compras estavam em segundo plano. O alvo imediato, fundamental, primordial era, evidentemente, a paquera.

Aliás, falando em paquera e fuleragem, lembro de um caso hilário que presenciei. Certa vez no fórum, conversando com um conhecido advogado aqui de Natal, já com seus 70 e poucos anos, famoso pela boemia e fanfarras que costuma freqüentar, certa vez me disse: “Meu filho, eu serei farrista e raparigueiro enquanto a minha piroca agüentar. No dia em que ela não mais subir, eu darei o meu BUMBUM, por que o importante, meu jovem, é não sair da putaria!”. Ô loco, meu!

Voltando à odisseia (o Blog não acentua em obediência à reforma ortográfica) paqueralística do rapaz, estava lá ele, entre as lojas do midway. Curiosamente, só entrava nos estabelecimentos em que haviam vendedoras com dotes físicos exuberantes. Entrava, comprava alguma besteirinha ou não comprava nada, e saía, ainda sem paquerar ou dar o pontapé inicial, talvez por timidez ou não saber o que dizer.

E nessas entradas e saídas, foi em umas 07 lojas, tendo ido embora todo o dinheiro do orçamento planejado para a capitalista festa natalina. Sem dinheiro, a paquera ficaria mais difícil. Mas não impossível. “Só saio daqui com um contato”, pensou consigo mesmo.

E teve a ideia (sem acento, vão aprendendo aê, ô juvenis) fenomenal de entrar em alguma loja de roupas para provar algumas e, dessa forma, conversar mais intimamente com alguma vendedora gostosa e extrair dela, quem sabe, alguma informação que desse início a alguma conversa que findasse em relacionamento (sendo sutil, pois deve haver menores lendo).

Loja escolhida: ADJI. Nome da atendente: Kleibiana. 1.69 de altura, 55 kg bem distribuídos, morena de olhos verdes e de um sorriso fácil e maroto. Resumindo: Um prato cheio para o nosso amigo. À luta, parceiro:

- Bom dia, em que posso ajudá-lo? – pergunta Kleibiana.

- Olá, gostaria de dar uma olhada nas cuecas! (Cretino)
- Pois não, temos de variados modelos.
- Quero uma que fique bem justinha.
- Pode escolher a que quiser, o provador é logo ali.
- Obrigado, mas sou extremamente exigente e autocrítico, não sei opinar sozinho, pode me ajudar?
- Posso opinar, sim – disse klebiana, meio constrangida - sem problemas.

Veste uma preta, tamanho P.

- Está boa essa? – pergunta o jovem, fazendo pose de galante, para conquistar a garota, contorcendo o bumbum, que julga ser fofo.
- Está sim, combina com você.

Pausa técnica do blog: “Está ótima”, “combina com você”, “Está liiindaaa!!”. Quem vê hipocrisia na política não conhece o admirável mundo dos vendedores de roupas.

- Pois eu não gostei não – retrucou o rapaz, tirando a cueca, tendo Kleibiana se virado discretamente para não ver a cena.

Após isso, o jovem provou calças, camisas, cinturões, bermudas, meias e até mesmo carteiras e bonés. Tudo isso, entre uma experimentada e outra, conversava com kleibiana sobre sua vida pessoal, o que gostava de fazer, para onde ia, além de obter, obviamente, valorosas opiniões pessoais sobre seus gostos estilísticos, ainda que por mais hipócritas que tenham sido tais opiniões.

O fato é que o nosso amigo já estava há mais de duas horas dentro da loja conversando com Kleibiana, roubando-lhe a paciência e o humor, quando o jovem vê que já estava na hora de uma definição se ia comprar alguma coisa ou não, eis que ele pergunta à atendente:

- Me diga uma coisa, minha amiga, aceita cartão aqui?
- Aceita sim – responde simpaticamente.

Então tira o jovem a sua carteira, remexe dentro do compartimento das cédulas e lhe dá um cartão branco, com algumas escritos em preto.

- Tome, então, aí está meu cartão, então – disse o jovem, sob o franziamento da testa de kleibiana, que não estava entendendo – tem o meu número celular pessoal, o número do telefone da minha casa e, um pouco mais abaixo, o meu MSN, para o caso de você quiser me adicionar para conversarmos. Não coloquei o orkut por que o link é muito grande.
- Como é que é? – perguntou a agora já chateada atendente – você é palhaço é???
- Não, menina,sou advogado! – explicou – tem inclusive o número da minha OAB aí embaixo. Me liga, ok?

E saiu contente, feliz da vida achando que tinha se saído muito bem em sua paquera. Saiu tão feliz, mas tão feliz que resolveu sair momentaneamente do Shopping apenas para fazer uma presepada com alguém lá fora.

Escolheu o cobrador de ônibus. Entrou no primeiro ônibus que chegou e ia passando pela roleta sem apresentar nada, quando foi interceptado pelo cobrador do ônibus, que perguntou:

- Ei, amigo, cadê o ticks??

Eis que ele toca no braço do cobrador e responde:

- O tica agora é você!!!! – E sai correndo, rindo sozinho.

Este mundo, definitivamente, está perdido.