quarta-feira, 29 de abril de 2009

De homenagens e de Shoppings.

Desculpem a ausência.
Quisera eu ter tanto tempo disponível para escrever tudo aqui no Blog. Mas, infelizmente (ou felizmente para quem não agüenta tanta insanidade), não tenho. Meu tempo é curto e regrado: as aulas de peteca (estou ainda na escolinha) me tomam boa parte do tempo das manhãs da semana, e as tardes de quarta, quinta e sexta são inteiramente dedicadas aos meus alunos do curso de “Bambolê Acrobático” que dou no Sesc aqui da cidade onde moro. Então, quando não estou nesses afazeres, ou estou dormindo ou estou, simplesmente, sem fazer nada. Então, não tenho muito tempo, entende?
E também ando meio triste, reflexivo, com muitas responsabilidades, tarefas e objetivos, meu time tem mexido comigo também, blá, blá, blá. Coisas que espero que um dia passem. Mas vai demorar.
Volto a escrever pois, hoje, estou feliz. Uma semana de ótimas notícias. Amigos que conseguiram grandes vitórias e isso me deixa pessoalmente satisfeito. A felicidade da minha família e meus amigos é um dos grandes patrimônios extra-pessoal que pretendo sempre preservar.
Conhecem a confeitaria atheneu?
Conhecem não? Puxa!
E o “dom café”? Aí vocês conhecem né...ahh ruma de playboy fila de uma piulas. Pois é do lado, playbas. Um barzinho que reúne a saudosa boemia natalense. E vez por outra os jovens se reuniam lá aos sábados para tomar uma cervejinha e comer uma paçoca para ver o tempo passar.
A confeitaria atheneu não é um bar pra azarar. Não é um local pra expor vaidade. Nem é um local, digamos, de “gente jovem e descolada, que sai a fim de uma balada” (jargão pós moderno ridículo, hein?). É um barzinho comum, tradicional, em que as pessoas vão apenas para se reunir , conversar e tomar uma cervejinha. O que eu quero dizer com isso é que é raro uma mulher por lá aparecer. E é uma circunstância extraordinária aparecerem duas. E será o prelúdio do apocalipse se lá aparecerem duas mulheres e gatas.
E não é que naquela tarde de abril de 2005, em que o jovem, que estava tomando uma cervejinha com uns 10 amigos solteiros na mesa, aparecerem exatamente duas gatas?
Burburinho geral na mesa ao lado.
- Caralho, que gatas! – disse em voz baixa um deles.
- Concordo – disse o outro
- Acho que já peguei uma delas – disse um deles (acho que sei quem foi que disse isso)
- Acho que não peguei não – afirmou outro (esse eu tenho certeza quem disse isso)
Enfim. Sabe aquela situação para a qual você não está preparado, mas precisa solucioná-la? A deles era muito pior.
Estavam em um bar numa mesa com 10 marmanjos e, do nada, aparecem duas garotas lindas, bem vestidas e simpáticas. O local, como já relatei, não era muito propício para a presença delas. Elas estavam dando sopa. Era preciso agir e rápido.
Um dos jovens, cauteloso, suscitou um incidente:
- Podem estar esperando os namorados...
Silêncio e reflexão na mesa.
- Ou não..- disse outro, em amor ao debate, mas numa singelidade...
A dúvida foi sanada em um minuto depois com a escuta da conversa do telefone de uma delas:
- Menina, venha pra cá, tá eu e denise aqui num bar de petrópolis, tamo sozinha e daqui nós vamos direto pro Seven Pub comemorar um mês que acabei o namoro. Hoje é o dia das solteiras!
Olharam todos uns para os outros na mesa, um com vontade de gritar, outro com vontade de soltar fogos, um terceiro não parava de passar a mão no cabelo perguntando se estava bonito. Há notícias até de que um estava rezando e o outro quase desmaia. Foi um momento de polvorosa. Mas todos estavam num silêncio ensurdecedor.
A missão estava apresentada e o campo de batalha estava pronto. Era preciso estratégia.
A partir de agora, seria uma guerra.
E, como guerra, era preciso analisar muito bem cada passo a ser dado. Abordagem, conhecimento, fase instrutória, atos de execução, dominação...
Tudo precisava ser calculado. Um passo em falso poderia significar derrota e a perda de uma oportunidade única naquela tarde de sábado natalense.
O mais experiente, que estava analisando minuciosamente cada gesto e palavra das garotas, sabia que ali estavam dois alvos de difícil alcance e que não poderia haver precipitação.
Era preciso cautela.
A partir daí ele mesmo coordenou as tarefas, todas repassadas por meio de mensagem de celular na própria mesa, ou com conversas sigilosas no banheiro ou até mesmo com saídas estratégicas (e falsas) de dois deles em um carro por 10 minutos para debaterem a estratégia de ataque completa.
Todos os atos extremamente calculados. Um cochicho no pé do ouvido entre eles, nem pensar. Era muito vacilo.
Após meia hora de planejamento, todos estavam cientes de suas tarefas.
O plano, ousado e articulado, tinha basicamente a seguinte execução:
Passo 1) O que estava na ponta da mesa dos jovens, mais próximo da mesa das garotas, puxaria uma conversa simples, a fim de entrosa-las e traze-las para a mesa;
Passo 2) Uma vez na mesa, a interação deveria ser total entre os jovens, puxando conversa sobre os mais diversos assuntos;
Passo 3) Após a interação, um deles contaria uma piada caprichada para fazer com que sentissem mais à vontade
Passo 4) com a chegada das amigas, aumento da mesa para caber todo mundo.
Passo 5) Prolongamento da festa para a casa de um deles nas proximidades.

Tudo bem programado, com objetivos definidos, típico de quem sabe exatamente o que quer.
Um falso atendimento de celular de um deles seria o sinal para o início da execução. (“Alô, mamãe” era a senha).
Perceberam que o fato se deu em abril de 2005 como falei?
Para quem não sabe, foi em meados desta data que o Midway Mall, monumental empreendimento de shopping de Natal, foi inaugurado. E como o povo natalense não gosta de uma novidade, era o assunto da cidade, não se falava em outra coisa.
Mas vocês concordam comigo que há certos assuntos que, em certas ocasiões, se abordados, podem desabar toda a estabilidade de uma relação ou até mesmo impedir que ela se inicie?
Pois é.
Na mesa, ouve-se um toque de celular. Alguém atende.
- Alô, mamãe!
Era chegada a hora. Eis que o jovem da ponta vira-se de sua cadeira cuidadosamente e, em direção às garotas, dispara uma das mais desastradas perguntas, que culminou com o fim de um dos mais bem planejados projetos de abordagem da história das tardes de sábado de Natal.
- E aí, já conhecem o midway?­
Pfffffff.
Puta que pariu!
Ambas olham uma pra outra e não conseguem segurar a risada, é incontrolável. Passam por volta de 2 minutos em risos sem parar, uma delas quase chorando e todos da mesa dos jovens sem entender nada, pois não sabiam o que o cretino da ponta havia perguntado ou dito às garotas.
Foi ridículo, foi monstruoso, foi criminoso.
Após pararem de rir, uma delas disse rispidamente que NÃO e voltaram a rir, ignorando o rapaz, que virou-se para a sua mesa e, introspectivamente e de voz baixa, dizia:
- Deu merda, deu merda..
5 minutos após, aos risos, as garotas pediram a conta foram embora.

O jovem ficou desolado, triste, mas, mesmo assim ficou a beber com os amigos, dessa vez sem nenhuma mulher no bar.
Horas mais tardes, ébrio, estava no banheiro do Seven Pub fazendo xixi e pensando na merda que fez à tarde. Pensou tanto que ao terminar de mijar deixou a braguilha aberta com o bingulim do lado de fora, sem perceber.
Ao sair do banheiro, ouve uma voz:
- Eita, olha o menino do midway!!!
Eram as duas garotas. Ele olha e diz pra si mesmo:
- Dessa vez eu dou a volta por cima. Vou chamar pra dançar e resolver essa parada.
Eis que olha nos olhos da garota e diz:
- Você vai dançar comigo! Vou te mostrar o que eu entendo além de midway.
O problema é que o jovem não sabia dançar.
Dançava todo errado, sem coordenação e fora de ritmo. E bêbado, ainda mais, é que a coisa piorava. Era cambaleando. Mas se achava o próprio Carlinhos de Jesus.
E lá estava o jovem dançando todo destrambelhado, com a piroca de fora sem perceber e a menina estranhando a dança do rapaz, quando percebe vê a cena ridícula da calça do jovem e tenta alerta-lo:
- Menino, ta por fora viu?
E ele, crente que o aviso se referia a sua dança:
- Mas to no ritmo, num to não??

Pateta.

Post dedicado ao maior campeão de natação da história e ao Capiba Junior!
Parabéns meus amigos, estou muito feliz.
Abraços e até a próxima.