domingo, 8 de junho de 2008

Todo carnaval tem seu fim..

Nos tempos áureos do Carnaval da Redinha, o Bloco “Aid´s Nós” era a referência. Veranistas, nativos e visitantes brincavam naquele que era um dos melhores blocos com trio elétrico do carnaval potiguar. Eram 4 dias de festa, com direito a abadá personalizado e uma senha para um show no Portal das Dunas, famosa casa de show redinhense, onde encerrava-se o percurso do bloco. Somente o abadá não dava direito à entrada, era preciso também estar com a senha. E foi neste detalhe que a vida do jovem se complicou neste dia.
Ao fim do percurso do bloco, a festa continuaria boa no Portal das Dunas e o ébrio rapaz sabia disso, tanto é que assim que chegou o bloco no portal, apressou-se em querer entrar para continuar a festa lá dentro. Eis que, ao chegar na portaria, lembrou-se: Esquecera a senha da festa em casa. Um contratempo, diga-se, facilmente solucionável comprando-se a algum cambista oportunista. Mas não havia mais dinheiro com o rapaz. Foram todos os trocados, durante o percurso, para os cofres dos vendedores de cerveja. Também não tinha amigos. Estavam todos já dentro do portal das dunas. Os 4 Kilômetros que separavam sua casa do portal das dunas também descartaram a sua última saída lícita para poder entrar na festa. Foi aí que o jovem resolveu agir na ilegalidade. E se deu mal.

1ª Tentativa

O muro do Portal das Dunas, convenhamos, não é muito alto. Algo em torno de três metros. Foi a saída encontrada pelo amigo, que tomou coragem e o pulou, sem maiores delongas. Não passou mais que 30 segundos dentro do portal. Assim que fincou os pés no chão do portal, 8 seguranças o agarram e retiraram do local. Mas ele não desistiria fácil.

2ª Tentativa

O guerreiro folião escolheu outro local do portal das dunas para pular o muro. Um local mais isolado, que ele poderia pular sem ser percebido. E assim foi feito. Parte de trás do palco. Pulou. Para sua infeliz surpresa, os mesmos 8 seguranças que o interceptaram daquela vez estavam lá, assim que ele caiu no chão. Resultado: mais uma expulsão da festa.

3ª Tentativa

Resolvido não ir dormir sem curtir a festa do portal das Dunas, nosso herói escolhe novo local para pular o muro, com a certeza de que, dessa vez, daria certo e ele conseguiria entrar. Dessa vez nada poderia impedir. Estava decidido, inclusive, a tentar convencer os seguranças, caso aparecessem. E assim foi feito. Novo local. Novo salto. E quem estava lá? Os mesmos 8 brutamontes, dessa vez mais furiosos por terem que expulsar o rapaz pela terceira vez seguida. “Meu irmão, boy, você de novo??? Puta merda!!” argumentou o chefe deles. “Meu amigo” – revoltou-se o saltador – “Eu não tenho nada a ver com isso não!!! Eu estava quieto na minha, mijando no muro, passou 4 pinta e me jogaram!! Eu não tenho nada a ver com isso não!” bradou em tom de revolta, mas na cara de pau. Não preciso nem dizer que ele foi expulso mais uma vez.




4ª Tentativa

Eu disse, meus amigos, que ele não desistiria facilmente. Assim que foi expulso, pela terceira vez seguida, o jovem teve a idéia brilhante: “Se esses 8 caras estão me seguindo a noite toda e eles estão neste exato ponto agora que me expulsaram, vou correr para o ponto exatamente oposto em que eles estiverem, pularei rapidamente e me misturarei à multidão.” Dito e feito. Tão logo foi expulso, o jovem correu como um louco para a parte oposta de onde estavam os seguranças, pulou o muro e caiu no portal. Assim que deu dois passos, lá estavam: Delmiro, Damião, Clístenes, Fred, Saraiva, Beto, Rodolfo e Daniel. Quem são? Os 8 seguranças que já o haviam expulsado 3 vezes.
Ao ver a cara de raiva dos mesmos correndo em sua direção, prontos para expulsa-lo e não tendo mais nenhum argumento possível, não restou ao jovem outra saída senão juntar as duas mãos em forma de pombinha da paz e dizer baixinho, olhando para os seguranças: “Paz, paz..”

ENFIM, A SENHA

Temendo pela própria vida, o nosso João do Pulo Potiguar desistiu de mais uma vez pular o muro e resolveu encarar os 4 kilômetros a pé, até sua casa de praia na redinha, para pegar a senha e, enfim, curtir a festa no portal das Dunas. Foi correria até chegar em casa, cansado, pegar a senha, tomar um táxi para voltar pra festa. De senha na mão, entrou feliz e contente na festa e a única coisa que escutou foi um “Valeu galera, boa noite e até o carnaval do ano que vem” dito pelo vocalista da Banda.
E assim terminou a inesquecível noite daquele carnaval do nosso amigo.

3 comentários:

Unknown disse...

hahaha,na terceira vez eu já tava achando que os seguranças iriam desistir do pobre ser!
beijo lesinho! Liana

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... é isso ai..vc é brasileiro não desiste nuncaaa..joão do pulo...kkkkkkkkkkkkkkkk...

Xeruz

Brenda Camilli disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... o bichinho... aiaiaiai... mas que persistência?!

'Ao ver a cara de raiva dos mesmos correndo em sua direção, prontos para expulsa-lo e não tendo mais nenhum argumento possível, não restou ao jovem outra saída senão juntar as duas mãos em forma de pombinha da paz e dizer baixinho, olhando para os seguranças: “Paz, paz..” '

Adoooreiii!!!!!!

Beijo!