quinta-feira, 16 de julho de 2009

O escroto, o gordinho e amigas na festa de apartação currais novense.

Quem não recebeu, me peça que eu envio. Mas não deixem de ler, pois está imperdível o “forró do escroto”, título do e-mail que circula contando, quase que à exatidão, o que faz por aí um dos personagens mais conhecidos do nosso cotidiano, em especial do cotidiano natalense: O Escroto.

Faltou dizer, no texto, quem é um dos grandes amigos do Escroto, que é exatamente o cidadão do post aqui abaixo, o já famosíssimo “Gordinho da Nelore”.

Vocês acham que eles iriam perder a XXXVIXIII (Escroto que é escroto coloca todos os números em algarismos romanos) Grande Vaquejada de Currais Novos, que se passou esse fim de semana? Lógico que não.

E vocês acham, também, que eles vão deixar de colocar tudo o que aconteceu no Orkut, para todo mundo ver? Claro que não, né? Aliás, já colocaram. E eu tive a graça de poder ver o álbum por inteiro, o qual tentarei relatar pra vocês, descrevendo a foto e a respectiva legenda.

Uma festa grande como a vaquejada de Currais Novos requer planejamento. E disso o escroto se encarrega a semana toda.

O primeiro passo é a formação da equipe que vai. Ele, o gordinho (pra dar a graça) e mais três amigas para dar o toque feminino. Todas, obviamente, bonitas e de cabelos lisos. É desnecessário dizer que são patricinhas.

Após definidos os integrantes e reservada a pousada (a mais próxima da resenha de tarde, óbvio), começa todo o processo de divulgação pelo Orkut e MSN. Não da festa, óbvio. Mas divulgação do fato de que eles vão. Por que o importante não é ter uma festa, sabe? O importante é que o escroto, os amigos do escroto e as amigas do escroto saibam que haverá uma resenha e que ele estará nessa resenha.

Dessa forma, o escroto já coloca no subtítulo do seu nick no MSN: “Currais vai ser diferenteeeee” (tem que ter vários “e”). As meninas, um pouco mais discretas, não colocam nada no MSN, mas no Orkut os scraps são trocados para que haja uma maior divulgação: “Essa vaquejada que nos aguarde, amigaaaa!!”, diz Carol para Patrícia. “Amigaaaa, Currais nunca mais vai ser a mesma depois desse fim de semana” responde Patrícia para Carol. “Amigaaaaaaaaassss, preparadas????????” escreverá Mariana, a terceira amiga, para Carol e para Patrícia. Amiga mesmo!

O Gordinho não escreve no Orkut, pois o seu orkut é apenas uma foto dele em alguma vaquejada, com o boné, e mais nada, nem foto nem nada. E no MSN entra muito pouco.

Tomados os devidos cuidados de divulgar o fato de que eles vão, é hora de seguir a viagem, no carro do escroto. Sexta, depois do almoço, é hora de partir. O escroto vai dirigindo, com o gordinho no passageiro e as meninas atrás.

É chegado o momento da primeira foto.

Na estrada, ainda na saída de Natal, Carol, que está no banco de trás no meio, ergue a câmera para o alto, e a direciona para si, juntando as duas amigas ao seu lado e “Flash”.
FOTO DO ORKUT: Vê-se 03 garotas com cabelos lisíssimos, óculos redondos cujas lentes cobrem metade do rosto, bem parecido com os de Black Kamen Rider (Quem assistia?), cheias de pó e as bochechas rosadas daqueles negócios que as patricinhas colocam para deixarem as bochechas rosadas.
LEGENDA DO ORKUT DE CAROL: “Começando a resenha”

Sob o som do Show de Forró do Muído ou Aviões do Forró gravado no sábado anterior (pois escrotos e patricinhas que são escrotos e patricinhas que se prezem só escutam os últimos lançamentos de forró do momento), a viagem prossegue até a primeira parada na cidade de Tangará, onde vão comer um pastelzinho e encontrar outros escrotos, gordinhos e patricinhas que estão lá fazendo a mesma coisa.

Depois de falarem com os amigos, perguntarem onde vão ficar e marcarem de se encontrar, o grupo vai embora, com a certeza de que agora mais pessoas sabem que eles vão para currais. Empolgada com o som do último show de forró do momento, Mariana vê uma placa que diz “Currais Novos 90 KM” e dá um grito: “Para, pára, Pára!! Resenha, resenha!! Vamo bater uma foto na placa”. O escroto obedece e descem todos do carro e, com ajuda de um popular, batem a foto. “Flash”
FOTO DO ORKUT: Vê-se uma placa de trânsito verde, retangular, a 1,70 m do chão, onde há os escritos “Currais Novos 90 KM”. Atrás da placa, pode-se enxergar os rostos do escroto com um boné com um desenho de um vaqueiro derrubando um boi e o do gordinho com seu boné da nelore, ambos segurando um copo descartável com bebida dentro. Na frente da placa, semi-agachadas, estão Carol, Patrícia e Mariana, apontado para a placa, segurando seus copos que são das mais variadas cores: Vermelho, Rosa e Lilás.
LEGENDA DO ORKUT DE MARIANA: “Quase chegandooooooo”

E a viagem prossegue cada vez mais animada com a proximidade da chegada em Currais Novos, com várias fotos do tipo que aqui mencionei, até a chegada ao destino. Lá, vão direto para a pousada para trocarem de roupa, mas não sem antes, obviamente, darem uma passada no meio do “Tungstênio Hotel”, onde os jovens costumam se reunir nas resenhas vespertinas da vaquejada de Currais Novos.

No trecho, o escroto, que tinha passado a viagem toda de vidro fechado no ar condicionado, desce o vidro do seu carro, coloca um chiclete na boca e passa vagarosamente pelo local, comentando com o gordinho: “Lá estão fulano, beltrano e sicrano. Num sei quem ta ali, o amigo dele também. Eita que desmantelo, até Herbert veio”. Enquanto isso, Carol, Mariana e Patricia se acotovelam no banco de trás para prestarem bem atenção em quem está lá, até que uma dá um grito: “Não acredito nããoooooo!! Guilherme ta ali!! Ihuuuu. Vai ser resenhaaaaa” E a felicidade é geral entre as garotas, pois o paquerinha está lá na resenha.

Depois de irem para a pousada (que, como falei, deve ser bem próxima ao Tungstênio) e voltarem para a resenha vespertina onde ficam a tarde toda, é hora de voltar para a pousada novamente para se arrumarem para ir pra festa, na “Du Rei” Casa Show.

Carol, Mariana e Patrícia, que demoram mais, tomam banho primeiro e se produzem por exatas duas horas, tempo em que o escroto e o gordinho ficam na varanda tomando teachers e falando de forró, vaquejada ou futebol (do Flamengo ou Seleção Brasileira, a única coisa que sabem), para depois se arrumarem.

Estão todos prontos.
Aos trajes:
Carol, Mariana e Patrícia estão iguais: Shortinho, blusa folgada caída no ombro, colar grande, muita maquiagem, pulseiras e salto alto. Só muda o perfume.

O Gordinho: Camisa de botão aberta no terceiro botão de cima para baixo (para mostrar o colar de outro com o crucifixo), calça, bota e o seu famoso e inigualável Boné da Nelore e o litro de montila debaixo da axila esquerda.

O escroto: Calça, bota e uma camisa preta justa no braço com dizeres quaisquer em inglês tipo: “WOLFGANG: THE PROJECT” ( A palavra “Wolfgang” tem o formato de um arco e dentro dela está o “The Project”. É bem provável também que tenha uma data “1965” “1982”, “1976”, qualquer coisa.) ou “BLEIZARD GUETTIN” (ambas as palavras não dizem ou significam porra nenhuma, mas é legal pois parece que é em inglês). No entanto, se ele optar por uma camisa pólo, escolherá a vermelha que tem um Cavalo enorme com um taco de jogar pólo no peito esquerdo e um número qualquer também na manga esquerda (“3”, “6”, “2”, qualquer coisa.).

Todos devidamente vestidos, é hora de ir cedinho para a festa para pegar uma mesa.

Ao chegar lá, o escroto logo se encarrega disso conversando com o garçom e pedindo que ele coloque a mesa exatamente do lado esquerdo, mas bem próximo ao palco. E, com a mesa, um litro de whisky para ele, montilla para o gordinho e sminorff para as garotas. Aliás, Carol, Mariana e Patrícia (o trio resenha) estavam caladas e conversando discretamente até chegar o litro de vodka, ocasião em que pegam os seus copos multicoloridos, enchem de gelo, vodka e sprite e, com o copo cheio, aí sim começam a dançar.

Mas se engana quem pensa que garotas como Carol, Mariana e Patrícia dançam normalmente. A parada delas é dançarem olhando para dois locais apenas: a) Ou dançam de um lado para o outro, sozinhas, olhando para o palco e segurando o copo com uma mão e erguendo o braço com o dedo indicador em riste, cantando a musica que estiver tocando; ou b) dançam olhando para a amiga, que está dançando e fazendo a mesma dancinha que ela de um lado para o outro e também olhando para ela, cantando juntas a musica que está tocando.

São garotas como elas cujos cabelos são alvos fáceis das passadas de mão do gordinho da nelore, aliás.

Mas, enfim, esse é apenas o comecinho da festa, tocando uma banda de forró qualquer que não seja a atração principal.

Até aquele momento, o escroto está quietinho na mesa conversando com outros escrotos como ele, degustando um whisky e observando quem será o alvo quando Forró do Muído, a atração principal, começar. O gordinho está calmo ainda, mas já começa a ensaiar alguns passinhos, indicando que ficará do jeito que a galera gosta, como mencionado no post abaixo.

Enquanto Forró do Muído não começa, dá pra bater ainda algumas fotos.

Na primeira, está o escroto com a roupa que eu falei e alguns escrotos como ele ao lado, com as roupas bem parecidas, um dos quais está fazendo um “V” com os dedos, com a mão de lado. Não há legenda para a foto, o escroto não colocou.

Já a próxima foto é clássica. As meninas pedem e o escroto bate. “Flash”
FOTO DO ORKUT: Carol, Mariana e Patrícia estão dançando, apenas elas três, todas com a blusa caída pelo ombro, um brinco de argola e o cabelo (liso, claro) um pouco escondendo o rosto. Estão meio que agachadas, com os joelhos dobrados. Dá para ver os copos erguidos para cima, na mesma mão em que está colocada uma pulseira VERDE LIMÃO, provavelmente do camarote onde elas irão dar uma passada mais tarde. Se prestarem bem atenção na foto, verão também alguns jovens ao fundo olhando para a dancinha delas.
LEGENDA DO ORKUT DE PATRÍCIA: “Chão, Chão, Chão, Chão...”

Uma foto dessas é clássica para orkut de patricinha. Então, as outras amigas, que não foram à vaquejada, comentam logo abaixo da foto: “Amigaaaaaaaaaaaaasssss, que resenhaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, perdi essaa!!! Bjo!”, outra escreve “Só deu vocês hein, amigaaaass??”, e a terceira digita “kkkkkkk, adorrooooooooooooooooooo, olha a cara de patrícia...kkkkkkk, só podia ser vocês mesmo!!”.

É chegado o grande momento de começar a tocar Forró do Muído. Enquanto o locutor anuncia, o Escroto começa a ficar mais ouriçado, pois sabe que é no começo do show que as gatinhas estão mais apaixonadas e mais fáceis para o abate. Deve-se apenas esperar a abertura do show de forró do muído, quando a banda toca a primeira parte do maior sucesso deles do momento em acústico, para, assim que começar o forrozão mesmo, ele fazer a abordagem.

Esse momento é crucial. Se ele levar fora naquela primeira abordagem, todas as outras patricinhas por perto verão a cena e ele não poderá mais dar em cima de ninguém por ali. Perderá a noite naquele local.

É preciso cautela e definir bem quem será a vítima.

Começa Forró do Muído a tocar a música sucesso, no caso, a música "Cuidado", em forma lenta:
“Sei que não foi coincidência encontrar-me contigo
Talvez tudo isso é o destino
Eu quero dormir de novo em teu peito
E depois acordar com teus beijos”

Enquanto isso ele está com um copo na mão sem conversar com ninguém, apenas observando as garotas que estão todas de dedinho em riste olhando para o palco. E forró do muído continua:
“Teu sexto sentido, sonha comigo. Sei que pronto estaremos unidos
Esse sorriso travesso que vive comigo
Sei que logo estarei em teu caminho
Saiba que estou colada em tuas mãos
Peço que não me deixe cair
Saiba que estou colada em tuas mãos...”

E o escroto concentradíssimo. Mais um pouco e acabará a abertura e começará o forró mesmo. E continua a banda:

“Te envio poemas que escrevi com minha letra
Te envio mensagens às 4:40
Te envio as fotos jantando em Veneza
E quando estivermos por Fortaleza
E assim me recordo que tenho um presente
O meu coração está colado em tuas mãos
Cuidado, cuidado
O meu coração esta colado em tuas mãos.
Cuidado, Cuidado
O meu coração esta colado em tuas mãos...”

O conjunto (meu avô chamava "banda" de "conjunto") encerra a parte lenta da abertura e o escroto sabe que chegou o grande momento.

Tem-se um silêncio, até que a cantora dá o grito característico da banda: “Vamo coleguinhaaaaaaaa”, e começa a tocar o seu sucesso de forma rápida, em ritmo de forró, oportunidade em que o escroto desce o copo, dá umas batidas com a bota no chão e sai dançando forró em direção à gatinha que escolheu, estende a mão com a intenção de puxá-la para entrar no ritmo em que ele está dançando sozinho.

Não conta de jeito nenhum com o fora.

Vai se aproximando dela, mas, ao se aproximar da garota e tocar em sua mão, ela dá um giro ao ritmo da música, ele passa lotado, e ela continua olhando para o palco com o dedo em riste e cantando a música junto com a banda, como se nem tivesse visto ele.

O escroto, para não passar vergonha, continua indo em linha reta como se nada tivesse acontecido e também dançando sozinho. Só voltará ali depois do fim do show de forró do muído, disfarçando pra turma que foi apenas no banheiro e depois deu uma volta para ver a galera.

E assim termina a festa do escroto, que depois de algum tempo volta para o carro, onde o gordinho já está dormindo no banco do passageiro bêbado e, enquanto ele vê as meninas já saindo do show com a maquiagem toda borrada, aproveita para bater uma foto dentro do carro junto com o amigo. “Flash”.
FOTO DO ORKUT: Vê-se um jovem meio que descabelado com uma camisa preta escrito “Wolfgang The Project” sentado no banco do motorista do carro e um gordinho ao seu lado, no banco do passageiro, de boca aberta com a camisa também aberta e um boné bege da Nelore. O gordinho, aparentemente, está bêbado, pois há também um litro de montilla seco sobre o seu peito.
LEGENDA DO ORKUT DO ESCROTO: “Fraco”

E no outro dia voltam para a casa com a certeza de que são resenheiros mesmo.





11 comentários:

Rafaela disse...

Aos trajes:
Carol, Mariana e Patrícia estão iguais: Shortinho, blusa folgada caída no ombro, colar grande, muita maquiagem, pulseiras e salto alto. Só muda o perfume.

kkkkkkkkkkk
amei!!

Bruna da Mata disse...

Parabéns pela descrição idêntica de tudo aquilo o qual quero distância: GENTE FÚTIL E VAZIA.
E o pior é que ainda chama isso de "resenha".. pelamor.

Unknown disse...

Oculos que cobrem metade da cara, parecido com os de balck kame rider KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkk RIII D++++++++

Anônimo disse...

Legal, é dessa forma mesmo . O fim de festa também rende uma boa crônica .

Anônimo disse...

asOIUSasOIU tensao pura!

Elizama disse...

Descrição impecável! Ri muito!!! xD

Alex disse...

rapaz, discordo do final..
sabe por que?
porque muitas vezes tem pegação...
só por cauasa do gordinho rico. e o escroto rico.

Anônimo disse...

é só o q tem esse tipo de gente...fazem questão de mostrar ao mundo q vive farreando e resenhando muito, qdo na verdade vivem de aparencias, tds carentes!!!kkkk

Anônimo disse...

oh..tenho umas história hilárias e ridiculas, que acontece por aqui na nossa cidade.

diga algum e-mail que posso enviar..

Anônimo disse...

Noooooossa... Q retrato fiel da pseudo-vida dos chamados "resenheiros de plantão"...Futilidade!

Clara Almeida disse...

kkkkkkkkkkkkkkk muito bem escrito...parabéns ao autor pelo dom de descrever... e pela riqueza de detalhes futeis! hahaha..mtoo bom!!